de Eliane Accioly
(Amour) Direção: Michael Haneke.
Elenco: Jean-Louis Trintignant, Emanuelle Riva, Isabelle Huppert, Alexandre Tharaud e Willian Shimell.
Um pequeno derrame pode mudar uma vida, vidas, assim como revelar a real precariedade e fragilidade do ser humano, em cada um de nós ao nascimento, mas que teimamos em negar, nos sentindo poderosos. E nada poderia ser pior que a ilusão do poder. Temos a precariedade de ser humano, cada um de nós, reconheçamos ou não. E assim, seria importante reconhecer a precariedade de nossos jeitos de viver, da vida em comum, da vida em família. Terrificante, não é?
O filme é primoroso. Sem uma pitada falsa de açucar. Impressionante imaginar que este filme tenha sido criado, e de que se encontre à disposição de cada um de nós que queira e se disponha a assistí-lo. O diretor é uma pessoa extremamente sensível e verdadeira, um artista, e entre os atores, se distingue acima o par: Trintignante X Riva.
Casal de octogenários que vivia harmonicamente o curso de suas vidas, ou da vida em comum muito bem plantada pelos dois. Se amaram desde sempre, verdadeiros em sua força de vida, chegando à velhice cercados daqueles que frequentaram e ajudaram a crescer, assim como pelas coisas que adquiram durante a vida livros, quadros, e outros objetos desde artísticos, à louça de cozinha. Faziam a própria comida e nas refeições tomavam vinho, como parte inclusa do prazer de cozinhar e compartilhar. Ambos professores de música, próximos de pessoas que os respeitavam e admiravam. Uma filha, um genro e netos mais distantes, cada qual com sua vida, até porque o casal de velhos se bastava. O que não significa ser bom, apenas era assim. Até o incidente que os atravessa e os devassa.
Anne não aceita seu estado, tendente a piorar, segundo os médicos, e constatado pelo dia a dia do casal. Ele se fecha no pedido da mulher, que não a deixe parar em hospitais ou em asilos! Cuidadoras são dispensadas, a filha não é escutada.
Para não invadir o filme forte e delicado, vou contar da pomba sem desconfiômetro, que invade o apartamento dos velhos senhores, costumeiramente. A pomba passeia por ali, como se o espaço fosse dela. O território de uma pomba, é assim como o de um cão. O território é deles, e os que ali se encontram, pertencem aos donos do território. No caso não é um cão, mas uma pomba.
Vale a pena ver o filme, e apreciar o que ele revela do real e do simbólico. Paradoxos e dimensões humanas, de cada um de nós.
(Amour) Direção: Michael Haneke.
Elenco: Jean-Louis Trintignant, Emanuelle Riva, Isabelle Huppert, Alexandre Tharaud e Willian Shimell.
Um pequeno derrame pode mudar uma vida, vidas, assim como revelar a real precariedade e fragilidade do ser humano, em cada um de nós ao nascimento, mas que teimamos em negar, nos sentindo poderosos. E nada poderia ser pior que a ilusão do poder. Temos a precariedade de ser humano, cada um de nós, reconheçamos ou não. E assim, seria importante reconhecer a precariedade de nossos jeitos de viver, da vida em comum, da vida em família. Terrificante, não é?
O filme é primoroso. Sem uma pitada falsa de açucar. Impressionante imaginar que este filme tenha sido criado, e de que se encontre à disposição de cada um de nós que queira e se disponha a assistí-lo. O diretor é uma pessoa extremamente sensível e verdadeira, um artista, e entre os atores, se distingue acima o par: Trintignante X Riva.
Casal de octogenários que vivia harmonicamente o curso de suas vidas, ou da vida em comum muito bem plantada pelos dois. Se amaram desde sempre, verdadeiros em sua força de vida, chegando à velhice cercados daqueles que frequentaram e ajudaram a crescer, assim como pelas coisas que adquiram durante a vida livros, quadros, e outros objetos desde artísticos, à louça de cozinha. Faziam a própria comida e nas refeições tomavam vinho, como parte inclusa do prazer de cozinhar e compartilhar. Ambos professores de música, próximos de pessoas que os respeitavam e admiravam. Uma filha, um genro e netos mais distantes, cada qual com sua vida, até porque o casal de velhos se bastava. O que não significa ser bom, apenas era assim. Até o incidente que os atravessa e os devassa.
Anne não aceita seu estado, tendente a piorar, segundo os médicos, e constatado pelo dia a dia do casal. Ele se fecha no pedido da mulher, que não a deixe parar em hospitais ou em asilos! Cuidadoras são dispensadas, a filha não é escutada.
Para não invadir o filme forte e delicado, vou contar da pomba sem desconfiômetro, que invade o apartamento dos velhos senhores, costumeiramente. A pomba passeia por ali, como se o espaço fosse dela. O território de uma pomba, é assim como o de um cão. O território é deles, e os que ali se encontram, pertencem aos donos do território. No caso não é um cão, mas uma pomba.
Vale a pena ver o filme, e apreciar o que ele revela do real e do simbólico. Paradoxos e dimensões humanas, de cada um de nós.
A inda não vi o filme.Confesso que estava receosa pois é difícil encarar a verdade que nós vemos sempre acontecer e tememos a melancolia dos fatos.Mas deve ter algum conteúdo que ultrapasse a realidade factual e nos passe uma mensagem consoladora...a pomba, por exemplo?...que seja de amor.Vou assistir.
ResponderExcluirUm abraço
Querida Guaraciaba, a dor existe. beijos.
ResponderExcluirExcelente e diferente post,Eliane!
ResponderExcluirObrigada pela visita.
Bjs e linda noite
Donetzka
Assisi o filme. Realmente tocante.
ResponderExcluirMinha visão sobe essa grande obra deixei aqui: http://arlenemulatinho.blogspot.com.br/2013/02/filme-amor.html
¡¡ Buenos días¡¡ Eliane
ResponderExcluirHe estado un tiempo ausente por asuntos personales, volver a gozar de tus entradas es un placer
Feliz día
Muy bueno tu Post
Precioso, como siempre cielo.
Hola Eliane, gostei muito do filme (desculpe meu portuñol), seu Blog está cada vez melhor. Felicitaciones y un gran saludo de Oz desde:
ResponderExcluirhttp://leyendas-de-oriente.blogspot.com/
Com muito interesse o que nos apresenta.
ResponderExcluirGostei de a encontrar!
Maria Luísa
Lindo ! Maravilhoso ! Faza gente refletir !
ResponderExcluirNada engraçado nisso!🤔
ResponderExcluirPerfeito😍
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