quinta-feira, 11 de julho de 2013

terça-feira, 9 de julho de 2013

Corpo-de-Sonho Arte e Psicanálise está na internete. Entrem nele, obrigada!!!!!!!!!

Leia online: Corpo de Sonho Arte E Psicanalise (Eliane Accioly ...

www.kilibro.com/book/preview/29010_corpo-de-sonho-arte-e-psicanalise
Diferenciando-se da arte, o corpo-de-sonho é estado de arte ou estado de risco, pois sua emersão implica o abandono das garantias e referências do saber ...

Para Emílio Fuego

Emílio Fuego criou um forte movimento coletivo, no México e fora dele, pois atingiu diferentes continentes e países. Participei do XI Encuentro de las Mujeres Poetas en el País de las Nubes, em La Mixteca, México, há nove anos atrás. Éramos quarenta Mujeres Poetas de diferentes países e línguas. Chegamos na Ciudad de México, e na manhã do dia seguinte seguimos de ônibus, chegando aos Pueblos. Recebidas pelo povo, compartilhamos o coletivo _ pão e poesia. O sonho de Emílio Fuego se concretizou, levou a poesia para os Pueblos de sua região natal. As crianças nascidas durante o movimento tornam-se poetas, pois ser poeta é de todo dia, e para toda a vida. A poesia, o idioma comum entre nós, mujeres poetas e a coletividade, da qual fizemos parte, enquanto ali . Em bandos pelas ruas declamamos poemas nas escolas, praças públicas, igrejas, ruínas. Atualmente os publos que percorremos ficam em Oaxaca, estado mexicano. Nesta região nossa última estada foi na cidade de Oaxaca. Mixteca hoje é um entre os mais de cinquenta antigos idiomas ainda falados nos pueblos mexicanos. E a expressão Mixteca significa País de las Nubes. O estado de Oaxaca é alto, e realmente as nuvens chegam ao solo, as atravessamos. Convidada por Emílio a cada ano, ensaiei ir no ano passado, o XX encontro, uma data muito significativa. Sem quebrar a sequência anual dos encontros Emílio realizou 20 deles. Quem participou desse movimento ficou marcado para sempre. O único homem entre nós era o Emílio, presença forte, delicada, preocupado com cada uma de nós, e discreta. A tribo que se criou em torno de Emílio Fuego permanecerá. Poetas amigas espalhadas pelo mundo, e aqui no Brasil. Agora reunidas em nossa despedida de Emílio, que lutou durante um ano, bravamente, contra um cancer. Adoecido mas inteiro, com a integridade que era dele, realizou o XX Encuentro de las Mujeres Poetas en el País de las Nubes. Meu forte abraço, querido Emílio Fuego.

Homenagem a Emílio Fuego

 



quarta-feira, 3 de julho de 2013

Uma boa metáfora


Uma boa metáfora da luta contra o ATO MÉDICO é a luta contra os vinte centavos.  Vimos todos que a questão é imensamente maior, o buraco é mais embaixo.  Não lutamos contra os médicos, eles são nossos colegas e companheiros, precisamos deles tanto quanto eles precisam de nós. Nossa luta é contra uma mentalidade reducionista, que se propõe a criar castas. Estas foram criadas desde que o mundo é mundo para dominar e impor. Seria a criação de uma elite. Pergunto-me, precisamos de elites onde quer que seja, e de uma no campo da saúde? O ATO MÉDICO viria decompor o que é necessário ser composto, e não decomposto. Fragmentar o campo da saúde adoeceria a todos, não apenas aos pacientes que nos procuram por seus sofrimentos, mas aos profissionais da saúde. O ATO MÉDICO se propõe na sua inconsciência a adoecer o campo da saúde. Precisamos ser conscientes e reflexivos.  

Os profissionais de saúde necessitam de ampla formação para criar uma base boa e sólida a começar na infância mais tenra, dentro de casa, desde os primeiros anos escolares e em toda a escola, na universidade, e ao longo da vida. Caso os brasileiros tenham boa formação, cotas nas universidades seriam obsoletas, pois disputa pela inclusão se daria por méritos pessoais.  Não podemos pensar que isso é utopia. Precisamos, ao contrário, começar a luta hoje, para que nossos descendentes possam se criar assim. Na educação e saúde o Brasil precisa ser primeiro mundo.  O SUS deve oferecer tratamento de qualidade a todos. E precisa de toda a gama de profissionais da saúde: nutricionistas, fisioterapeutas, odontólogos, fonoaudiólogos, psicólogos, psicanalistas, médicos, e outros aqui não citados. Precisamos trabalhar em equipe, saber que um não é melhor do que o outro; respeitar e reconhecer as diferenças, e que temos  cada um a dar e a receber. E principalmente, uma longa luta, longo percurso pela frente.

Mais que profissões os que trabalham com a saúde têm ofícios. Atendemos pessoas que sofrem, precisamos de uma ética impecável, de uma preocupação amorosa e dedicada. Cada um de nós precisa de humildade para se colocar no lugar do que sofre e nos procura, estamos ali para atender, e as fronteiras que separam cada profissional da saúde de seus pacientes é tênue e delicada.  Precisamos da humildade para reconhecer que também somos pacientes. Precisamos  entrar em contato com nossas angústias e sofrimentos, o que por sua vez permite não nos defendermos das angústias e sofrimentos do paciente, e ao contrário nos reconhecer humanos e precários. A nossa força está nesse reconhecimento. A arrogância é uma defesa.  Os médicos têm muito a receber, assim como nós que lutamos contra o ATO MÉDICO.