terça-feira, 6 de março de 2012

Para Arnaldo Jabor, na crônica: A mulher não existe


Jabor,

Gosto de crônicas enquanto gênero literário. Aprecio cronistas, e me admiro dos que escrevem semanalmente, para mim, tarefa da ordem do impossível. E cronistas escrevem. Como a mulher, o/a cronista não existe, mas os cronistas; e cada qual tem seu dia. Concordo com você em gênero número e grau, a mulher não existe, felizmente, existem mulheres. E sou entre as mulheres.

Também acredito que não existe o homem, mas homens. Infelizmente o homem teima em existir, e isto faz a vida dele mais sem graça. Muitas vezes, um inferno. Colocaria você no território feminino, não como veado, como um entre os homens femininos. Poucos e bem vindos. É um elogio.

Adorei a crônica, me senti compreendida. O homem tal como se faz pregar é a forma homem branco, o devir homem de Fèlix Guattari e Gilles Deleuse. Os dois filósofos parceiros consideravam o devir mulher muito mais interessante; este seria devir menor. Estou com os dois, que se pretendiam devir menor; não sei se conseguiram em suas vidas pessoais, mas sinto uma profunda gradidão por suas contribuições.

Persigo o devir menor, estar na vida sem garantias. E gosto de ser entre as mulheres. realmente, a mulher não existe, só no plural.


Um grande abraço feliz,



Eliane Accioly



NB: um convite, clica em meus blogs, (os endereços estão no corpo do e.mail) se tiver tempo, neste seu mundo ocupado.

4 comentários:

  1. Caríssima. Este enorme sexualismo onde um flâneur entre Lacan e Deleuse, ficaria abismado como levamos tempo para evoluir entre o sofrimento de subgrupos( homo, hetero, gay, bi, metro...ou o que o valha), fico contente em te ler e o devir enorme de mulher que assumes.. Um bom e carinhoso abraço.

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  2. Jaime, você é um homem feminino.
    Winnicott dizia que para ser analista, um homem precisa ser feminino. Olha que belo!

    Grande beijo!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Fazia muito tempo que não era apresentado a um elogio desta envergadura! Estou flanando de tão bobo!
    Beijão e um enorme abraco!

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