Tudo do que somos parte
não se escuta Bom dia!
E se alguém diz sonoramente, Bom dia,
o espanto adormecido ensurdece
e emudece o entorno.
A fala nesses tempos mora nas gravações mecânicas,
em câmaras ocultas, na televisão,
das quais saem sons e imagens que se refletem no vidrodos vasos de orquídeas plastificadas,
mudos como pessoas vitrificadas.
E no entanto, somos orgânicos,
sentimentais.Feitos de células intercomunicáveis,
ansiamos e sofremos de solidão pela ausência
e silêncio do outro humano.
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