quinta-feira, 29 de maio de 2014

Da série poema inútil (De Eliane Accioly Fonseca)

Da série poema inútil



Ser poeta é enlouquecer mais um pouco,
é enxergar nas ruas o rastro branco e preto dos automóveis,
alheio à dança dos pedestres,
é desenhar a elegância trôpega do mendigo,
em seu desamparo e sua solidão, é doer pelo que não posso mudar, é criar parcelas de mundo

Ah, ser poeta é tragédia tragicômica porque preciso rir, principalmente de mim,
é não ter o cabelo penteado
e andar vez por outra, descalça,
na Avenida Paulista

Ser poeta é escrever por eleger um destino e quem sabe? Também ser escolhida?

Não preciso de partido político para pertencer à resistência, porque o poeta não é doutrinável, ser poeta é descobrir que a poesia é política ética e feroz, é ter no coração uma biga, pois, ser poeta é pertencer a legiões rebeldes,
sabendo-se minoria absoluta


4 comentários:

  1. Poeta amador não é aluno
    Nem professor,
    É ser humano não é robô,
    Não computa nada no com puta dor
    E muito menos usa despertador...
    Não é profeta nem é filósofo,
    Só esquenta a cabeça palito de fósforo,
    Passa o dia a toa... A toa...
    Que a vida é boa! É boa!
    No meio da noite desperta,
    Aperta a caneta na caderneta,
    Escreve poemas a qualquer hora,
    Que não tem hora para escrever,
    Que ser poeta não tem escolha,
    Fazer poesia não tem querer.

    ResponderExcluir
  2. Gabriel Arcanjo, você é lindo! Passei pelo seu blog, não consegui deixar mensagem. É delicioso ler seus poemos/textos. Muita vida e arte para você!!!!!!!!!!! Un abraço da Eliane

    ResponderExcluir
  3. Antonio Jesus Batalha, obrigada! Fui ao seu blog, não sei como fazer para ser seguidora. Abraço desde Brasil.

    ResponderExcluir
  4. Adorei em absoluto!
    Estou voltando devagar..talvez reative meu blog..

    Bjs.Sol

    ResponderExcluir