domingo, 14 de novembro de 2010




"O ser humano encontra-se na fragilidade do entre. Entre o dito e o não dito, entre o dizível e o indizível, entre o desvelar e o ocultar, entre o singular e o múltiplo, entre no encontro e a solidão, entre o claro e o escuro, entre o infinito e a morte, entre o ser e o não ser, entre o viver e o morrer.

Entre o dizer e o indizível _ a possibilidade de o ser humano, por meio da fala, desvelar quem é e o que vive. O dizer ao revelar também vela. O viver humano não pode ser plenamente revelado ou dito. Entre o dizer e o indizível emerge o falar poético, quando a palavra não se fecha, mas abre-se para o não-dito. Se a visibilidade é necessária ao ser humano, ele não pode perder o mistério, o segredo, o ser, por um olhar aprisionante e onisciente. Ser encontrado, mas não devorado".

Gilberto Safra

2 comentários:

  1. Cara Eliane.
    Excelente texto. Conciso.
    Afinal, a arte e a psicanálise se entrelaçam e ambas feitas para serem encontradas e não devoradas ( ou,... quase sempre)!
    Um bom abraço.

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  2. Eliane,tenho o prazer de premiar seu blog.Por gentileza passe no naco de prosa e retire o selo "Prêmio Dardos",pelo seu maravilhoso trabalho dedicado a nós.Um grande beijo!

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